O título acima expressa algo de indesejável na prática médica, qual seja, o embate de uma escola contra outra, quando ambas querem alcançar o mesmo fim, que é proporcionar alívio ao sofrimento humano, mas ainda vivemos em um mundo de diferenças. Portanto, vamos esclarecer quais são essas diferenças entre os pensamentos homeopático e alopático, que em nada tiram, de ambas, os méritos pelas inúmeras vidas salvas durante os últimos séculos.
Em primeiro lugar, é bom ficar entendido que o ensino nas Faculdades de Medicina tem sido omisso há muitos anos, embora já se perceba, no horizonte, algumas luzes novas, por iniciativa de mentes mais abertas que não vêem como única verdade aquilo em que muitos acreditam. Assim, pouco a pouco, a Homeopatia vem sendo introduzida na grade curricular dessas faculdades que, dessa maneira, informam melhor seus alunos. No final dos anos 60 e início dos anos 70, quando eu fazia minha formação médica básica, um médico que almejasse maior prestígio jamais pensaria em ser homeopata, o que aumentava a coragem daqueles que se opunham a estas idéias distorcidas. Ninguém falava em homeopatia na maioria das universidades. Hoje, passados mais de trinta anos, os homeopatas ainda não são bem aceitos no meio acadêmico, embora já despontem, aqui e ali, escolas médicas que admitem o ensino do b-a-bá homeopático a seus alunos, exceção feita, evidentemente, àquelas que sempre formaram homeopatas no Brasil, entre elas a Uni-Rio, onde funciona o Instituto Hahnemanniano do Brasil, no Rio de Janeiro, verdadeira célula de formação e divulgação homeopática em nosso meio, berço de gigantes da homeopatia brasileira. Portanto, salvo umas ainda poucas exceções, as faculdades de medicina oferecem a seus alunos a visão de que além da alopatia nada existe, o que é algo indesejável. Qual a função de uma escola senão formar indivíduos capacitados para as diversas áreas do pensamento humano? Cabe às escolas informar, e não deformar seus alunos fazendo deles imagem e semelhança dos mestres. A Homeopatia e a Acupuntura são especialidades médicas oficialmente reconhecidas pelo Estado. Então, porque não oferece-las aos alunos para que eles, e somente eles, resolvam o caminho a seguir em suas vidas? Às mentes em desenvolvimento de moças e rapazes com dezoito, dezenove, vinte anos de idade, ávidas de informações, é ofertada unicamente a alopatia. E ponto final. Não é de admirar que, mais tarde, já diplomados em medicina, se não tiverem tempo ou vontade de se especializarem em outra área, acabem engrossando o coro dos detratores da homeopatia, que assim agem muito mais por ignorância e medo ao novo do que por real fervor ao ideal alopático. Falo sobre este assunto para que fique bem clara a primeira razão para as diferenças entre adeptos desta e daquela linha de pensamento. Uma grande e evitável tolice...
A seguir, vamos verificar o cerne da distinção entre alopatia e homeopatia.
Os seres vivos pluricelulares são compostos de número variável de células, no núcleo das quais se encontra o DNA, uma molécula que rege todo o funcionamento das mesmas e transmite, às células filhas, nas divisões, moléculas de DNA idênticas a ela mesma, permitindo a continuidade das funções orgânicas normais, por um tempo de vida maior ou menor. Qualquer ser vivo está exposto, também, a agressões numerosas do meio ambiente, tais como bactérias, vírus e agentes físicos ou químicos lá presentes. Este conjunto de fatores seria, segundo a Ciência oficial, responsável por distúrbios conhecidos como doenças, agudas ou crônicas, que tanto sofrimento nos causam. Porém, enquanto o alopata pára por aí, supondo que quando alguém adoece de um órgão, o problema, em geral, está restrito àquele órgão e o resto do organismo apenas coopera ou não para tal enfermidade, o homeopata vai além. Tomemos uma pessoa com um eczema de pele. O dermatologista saberá diagnosticar como ninguém a doença e sua “causa” recairia, no entender desse colega, apenas em alguma alergia a agentes do meio ou, então, em uma atopia, cuja origem estaria na própria predisposição alérgica daquela pessoa. O tratamento será baseado em um imunossupressor, como a cortisona, ingerida ou aplicada no local do eczema, associado ou não a tratamento com vacinas para que o organismo deixe de responder tão intensamente aos estímulos externos. Quando muito, e saindo de sua área de atuação, este especialista poderá desconfiar que a causa do eczema estará ligada a algum problema emocional, algum estresse enfrentado pelo doente, recomendando-lhe psicoterapia e calmantes ou anti-depressivos, cujo centro de ação é o cérebro, agora já na esfera do psiquiatra. Resumindo: Para a alopatia a doença é, sempre, algo material, originada no corpo e tratada por intervenções no próprio corpo. Até mesmo a consciência, este princípio que distingue o Homem dos outros seres na Terra, para o alopata (e para a Ciência oficial que lhe deu origem), nada mais é do que conjunto de interações moleculares nas células nervosas do cérebro, a secretar pensamentos assim como o fígado secreta bile. O Homem, desta maneira, seria um simples produto de suas próprias células. Veio do pó e ao pó retornará...
Hahnemann, há mais de duzentos anos, não entendia a vida desta forma, e não somente por pouco saber da fisiologia humana, no século XVIII, já que seus colegas de então tratavam os enfermos, embora de maneira muito tosca, baseados nos mesmos princípios acima expostos. Hahnemann era adepto do vitalismo, ao perceber que o ser humano não é máquina orgânica mas, sim, um ser pensante que utiliza sua máquina orgânica atual, e que tudo no universo obedece a uma hierarquia, em extensa cadeia na qual aquilo que é mais importante para a vida se torna superior ao que é menos importante para a vida. Isto é tão óbvio e corriqueiro que a ninguém, em pleno juízo, seria dado salvar quem se afoga tomando-o pelos pés. No caso, os pulmões ocupam hierarquia mais alta. O próprio corpo trabalha baseado em hierarquias e restringe a circulação das outras vísceras menos importantes, nas perdas maciças de sangue, para manter o cérebro vivo. Assim, também, no Homem, há algo pensante que é maior que o corpo e, para ser até maior que o cérebro, uma vez que não entendemos o pensamento como função nervosa, o ser pensante não pode estar no mesmo campo vibratório dos neurônios ou de seu DNA, ou seja, ele está além da matéria. Pode-se batiza-lo com qualquer nome: alma, espírito, si oculto, eu profundo, atma etc. Ele sou eu, Eles somos nós. Ele é a “imagem e semelhança de Deus”, ouro imerso “na ganga impura”, como dizia o poeta, por razões que só ao Criador compete conhecer. Entre Ele e a consciência superficial que ainda somos, camadas de energia cada vez mais densas se acumulam, até chegar à matéria de nossos corpos. Neste vasto campo de energias intermediárias é que reside, segundo meus pontos de vista, a causa profunda de todas as enfermidades, a repercutirem no corpo como as doenças A, B ou C. Estou indo além do que Hahnemann aparentemente conhecia, para não perder o fio do raciocínio, mas, creio, por tudo que este alemão genial escreveu, que ele intuía tais princípios milenares, encontrados no Mahabarata e outros escritos filosóficos da Antigüidade, aperfeiçoados por gerações de pensadores mais recentes. Pois bem, voltando à verdadeira sede das doenças, imersa em campos energéticos íntimos de cada criatura, Hahnemann chamou-a de “hidra das mil cabeças”. Um só corpo, diversas cabeças, semelhante à Hidra de Lerna, serpente mitológica que possuia sete cabeças e, se uma delas fosse cortada, logo cresceria de novo. Por isto Hahnemann dizia que ao cortarmos algumas cabeças desta hidra não a mataremos, mas a enfureceremos ainda mais. É necessário acertar-lhe o centro, o coração. As cabeças da hidra representam as muitas doenças catalogadas nos compêndios médicos; seu coração, a origem única dos males, para além do corpo denso.
Embora o exposto acima pareça um conceito sem qualquer comprovação prática, a figura da hidra faz parte do dia-a-dia do homeopata. Melhor explicando e voltando ao exemplo do eczema linhas acima: Aquele doente, após ver desaparecer seu eczema de pele pelos métodos alopáticos já referidos, começa a perceber, algum tempo depois, que está sofrendo, por exemplo, de dores reumáticas. Caso voltasse ao dermatologista que antes lhe tratou, ouviria deste profissional que, agora, a dermatologia não lhe seria mais útil, pois necessitava de um reumatologista. Este especialista, então, lhe receitaria antinflamatórios ou imunossupressores, dependendo do caso, para aliviar-lhe a inflamação e a dor. Se o reumatismo desaparecesse, para justificada satisfação do enfermo e de seu médico, poderíamos vê-lo, mais tarde, sofrendo de hipertensão arterial, diabetes mellitus ou, digamos, alguma afecção autoimune da tireóide, e assim por diante.
O hipotético caso clínico acima demonstra que o grande problema da alopatia é não perceber um traço de união entre aquele eczema e o diabetes que anos depois surgiu no pobre homem. Para o alopata, são fenômenos independentes, cada um merecedor de seu tratamento específico. O homeopata discorda e demonstra o equívoco na prática, pois se medicasse este mesmo paciente diabético com o remédio homeopático cuja experimentação no homem são revelasse sintomas mentais e físicos semelhantes aos dele (o semelhante cura o semelhante), não atentando apenas para o diabetes atual, veria, encantado, caso o doente ainda fosse curável, que, ao mesmo tempo em que ele se tornava mais calmo e harmonioso, seus níveis de glicose no sangue iriam diminuindo, necessitando cada vez menos insulina ou similar, e, algum tempo depois, ficaria curado do diabetes enquanto lhe reaparecia o antigo reumatismo. Continuando na mesma linha de tratamento, o reumatismo cederia para ressurgir, na pele, o eczema de anos antes. Ao desaparecer o eczema teríamos, aí sim, o enfermo definitivamente curado. Não é esta uma demonstração prática daquilo que Hahnemann escreveu, já que a enfermidade percorre um caminho inverso ao de seu aparecimento, estabelecendo, com clareza, o fio que conduz o eczema ao diabetes ou uma doença superficial qualquer a outra mais profunda? Pode-se negar a veracidade de experiências tais, comprovadas tantas e tantas vezes em algumas universidades e nos consultórios homeopáticos de todo o mundo? Um fenômeno que pode ser reproduzido amiúde torna-se irrefutável, transforma-se em verdade científica. Qualquer argumento em contrário compromete a inteligência de quem o faz. Pode-se reinvestigá-lo, pode-se aperfeiçoa-lo, mas, nunca, desmenti-lo. Assim é a Ciência.
Agora, posso resumir as principais distinções entre Homeopatia e Alopatia:
1º A Homeopatia utiliza remédios muito diluídos, e também dinamizados por meio de agitações vigorosas, o que lhes permite ações muito mais profundas nos seres vivos do que se esperaria usando apenas a matéria bruta como faz a Alopatia.
2º A Homeopatia trata o enfermo como um todo, da mente ao corpo, nesta seqüência. A Alopatia trata a doença isoladamente.
Em primeiro lugar, é bom ficar entendido que o ensino nas Faculdades de Medicina tem sido omisso há muitos anos, embora já se perceba, no horizonte, algumas luzes novas, por iniciativa de mentes mais abertas que não vêem como única verdade aquilo em que muitos acreditam. Assim, pouco a pouco, a Homeopatia vem sendo introduzida na grade curricular dessas faculdades que, dessa maneira, informam melhor seus alunos. No final dos anos 60 e início dos anos 70, quando eu fazia minha formação médica básica, um médico que almejasse maior prestígio jamais pensaria em ser homeopata, o que aumentava a coragem daqueles que se opunham a estas idéias distorcidas. Ninguém falava em homeopatia na maioria das universidades. Hoje, passados mais de trinta anos, os homeopatas ainda não são bem aceitos no meio acadêmico, embora já despontem, aqui e ali, escolas médicas que admitem o ensino do b-a-bá homeopático a seus alunos, exceção feita, evidentemente, àquelas que sempre formaram homeopatas no Brasil, entre elas a Uni-Rio, onde funciona o Instituto Hahnemanniano do Brasil, no Rio de Janeiro, verdadeira célula de formação e divulgação homeopática em nosso meio, berço de gigantes da homeopatia brasileira. Portanto, salvo umas ainda poucas exceções, as faculdades de medicina oferecem a seus alunos a visão de que além da alopatia nada existe, o que é algo indesejável. Qual a função de uma escola senão formar indivíduos capacitados para as diversas áreas do pensamento humano? Cabe às escolas informar, e não deformar seus alunos fazendo deles imagem e semelhança dos mestres. A Homeopatia e a Acupuntura são especialidades médicas oficialmente reconhecidas pelo Estado. Então, porque não oferece-las aos alunos para que eles, e somente eles, resolvam o caminho a seguir em suas vidas? Às mentes em desenvolvimento de moças e rapazes com dezoito, dezenove, vinte anos de idade, ávidas de informações, é ofertada unicamente a alopatia. E ponto final. Não é de admirar que, mais tarde, já diplomados em medicina, se não tiverem tempo ou vontade de se especializarem em outra área, acabem engrossando o coro dos detratores da homeopatia, que assim agem muito mais por ignorância e medo ao novo do que por real fervor ao ideal alopático. Falo sobre este assunto para que fique bem clara a primeira razão para as diferenças entre adeptos desta e daquela linha de pensamento. Uma grande e evitável tolice...
A seguir, vamos verificar o cerne da distinção entre alopatia e homeopatia.
Os seres vivos pluricelulares são compostos de número variável de células, no núcleo das quais se encontra o DNA, uma molécula que rege todo o funcionamento das mesmas e transmite, às células filhas, nas divisões, moléculas de DNA idênticas a ela mesma, permitindo a continuidade das funções orgânicas normais, por um tempo de vida maior ou menor. Qualquer ser vivo está exposto, também, a agressões numerosas do meio ambiente, tais como bactérias, vírus e agentes físicos ou químicos lá presentes. Este conjunto de fatores seria, segundo a Ciência oficial, responsável por distúrbios conhecidos como doenças, agudas ou crônicas, que tanto sofrimento nos causam. Porém, enquanto o alopata pára por aí, supondo que quando alguém adoece de um órgão, o problema, em geral, está restrito àquele órgão e o resto do organismo apenas coopera ou não para tal enfermidade, o homeopata vai além. Tomemos uma pessoa com um eczema de pele. O dermatologista saberá diagnosticar como ninguém a doença e sua “causa” recairia, no entender desse colega, apenas em alguma alergia a agentes do meio ou, então, em uma atopia, cuja origem estaria na própria predisposição alérgica daquela pessoa. O tratamento será baseado em um imunossupressor, como a cortisona, ingerida ou aplicada no local do eczema, associado ou não a tratamento com vacinas para que o organismo deixe de responder tão intensamente aos estímulos externos. Quando muito, e saindo de sua área de atuação, este especialista poderá desconfiar que a causa do eczema estará ligada a algum problema emocional, algum estresse enfrentado pelo doente, recomendando-lhe psicoterapia e calmantes ou anti-depressivos, cujo centro de ação é o cérebro, agora já na esfera do psiquiatra. Resumindo: Para a alopatia a doença é, sempre, algo material, originada no corpo e tratada por intervenções no próprio corpo. Até mesmo a consciência, este princípio que distingue o Homem dos outros seres na Terra, para o alopata (e para a Ciência oficial que lhe deu origem), nada mais é do que conjunto de interações moleculares nas células nervosas do cérebro, a secretar pensamentos assim como o fígado secreta bile. O Homem, desta maneira, seria um simples produto de suas próprias células. Veio do pó e ao pó retornará...
Hahnemann, há mais de duzentos anos, não entendia a vida desta forma, e não somente por pouco saber da fisiologia humana, no século XVIII, já que seus colegas de então tratavam os enfermos, embora de maneira muito tosca, baseados nos mesmos princípios acima expostos. Hahnemann era adepto do vitalismo, ao perceber que o ser humano não é máquina orgânica mas, sim, um ser pensante que utiliza sua máquina orgânica atual, e que tudo no universo obedece a uma hierarquia, em extensa cadeia na qual aquilo que é mais importante para a vida se torna superior ao que é menos importante para a vida. Isto é tão óbvio e corriqueiro que a ninguém, em pleno juízo, seria dado salvar quem se afoga tomando-o pelos pés. No caso, os pulmões ocupam hierarquia mais alta. O próprio corpo trabalha baseado em hierarquias e restringe a circulação das outras vísceras menos importantes, nas perdas maciças de sangue, para manter o cérebro vivo. Assim, também, no Homem, há algo pensante que é maior que o corpo e, para ser até maior que o cérebro, uma vez que não entendemos o pensamento como função nervosa, o ser pensante não pode estar no mesmo campo vibratório dos neurônios ou de seu DNA, ou seja, ele está além da matéria. Pode-se batiza-lo com qualquer nome: alma, espírito, si oculto, eu profundo, atma etc. Ele sou eu, Eles somos nós. Ele é a “imagem e semelhança de Deus”, ouro imerso “na ganga impura”, como dizia o poeta, por razões que só ao Criador compete conhecer. Entre Ele e a consciência superficial que ainda somos, camadas de energia cada vez mais densas se acumulam, até chegar à matéria de nossos corpos. Neste vasto campo de energias intermediárias é que reside, segundo meus pontos de vista, a causa profunda de todas as enfermidades, a repercutirem no corpo como as doenças A, B ou C. Estou indo além do que Hahnemann aparentemente conhecia, para não perder o fio do raciocínio, mas, creio, por tudo que este alemão genial escreveu, que ele intuía tais princípios milenares, encontrados no Mahabarata e outros escritos filosóficos da Antigüidade, aperfeiçoados por gerações de pensadores mais recentes. Pois bem, voltando à verdadeira sede das doenças, imersa em campos energéticos íntimos de cada criatura, Hahnemann chamou-a de “hidra das mil cabeças”. Um só corpo, diversas cabeças, semelhante à Hidra de Lerna, serpente mitológica que possuia sete cabeças e, se uma delas fosse cortada, logo cresceria de novo. Por isto Hahnemann dizia que ao cortarmos algumas cabeças desta hidra não a mataremos, mas a enfureceremos ainda mais. É necessário acertar-lhe o centro, o coração. As cabeças da hidra representam as muitas doenças catalogadas nos compêndios médicos; seu coração, a origem única dos males, para além do corpo denso.
Embora o exposto acima pareça um conceito sem qualquer comprovação prática, a figura da hidra faz parte do dia-a-dia do homeopata. Melhor explicando e voltando ao exemplo do eczema linhas acima: Aquele doente, após ver desaparecer seu eczema de pele pelos métodos alopáticos já referidos, começa a perceber, algum tempo depois, que está sofrendo, por exemplo, de dores reumáticas. Caso voltasse ao dermatologista que antes lhe tratou, ouviria deste profissional que, agora, a dermatologia não lhe seria mais útil, pois necessitava de um reumatologista. Este especialista, então, lhe receitaria antinflamatórios ou imunossupressores, dependendo do caso, para aliviar-lhe a inflamação e a dor. Se o reumatismo desaparecesse, para justificada satisfação do enfermo e de seu médico, poderíamos vê-lo, mais tarde, sofrendo de hipertensão arterial, diabetes mellitus ou, digamos, alguma afecção autoimune da tireóide, e assim por diante.
O hipotético caso clínico acima demonstra que o grande problema da alopatia é não perceber um traço de união entre aquele eczema e o diabetes que anos depois surgiu no pobre homem. Para o alopata, são fenômenos independentes, cada um merecedor de seu tratamento específico. O homeopata discorda e demonstra o equívoco na prática, pois se medicasse este mesmo paciente diabético com o remédio homeopático cuja experimentação no homem são revelasse sintomas mentais e físicos semelhantes aos dele (o semelhante cura o semelhante), não atentando apenas para o diabetes atual, veria, encantado, caso o doente ainda fosse curável, que, ao mesmo tempo em que ele se tornava mais calmo e harmonioso, seus níveis de glicose no sangue iriam diminuindo, necessitando cada vez menos insulina ou similar, e, algum tempo depois, ficaria curado do diabetes enquanto lhe reaparecia o antigo reumatismo. Continuando na mesma linha de tratamento, o reumatismo cederia para ressurgir, na pele, o eczema de anos antes. Ao desaparecer o eczema teríamos, aí sim, o enfermo definitivamente curado. Não é esta uma demonstração prática daquilo que Hahnemann escreveu, já que a enfermidade percorre um caminho inverso ao de seu aparecimento, estabelecendo, com clareza, o fio que conduz o eczema ao diabetes ou uma doença superficial qualquer a outra mais profunda? Pode-se negar a veracidade de experiências tais, comprovadas tantas e tantas vezes em algumas universidades e nos consultórios homeopáticos de todo o mundo? Um fenômeno que pode ser reproduzido amiúde torna-se irrefutável, transforma-se em verdade científica. Qualquer argumento em contrário compromete a inteligência de quem o faz. Pode-se reinvestigá-lo, pode-se aperfeiçoa-lo, mas, nunca, desmenti-lo. Assim é a Ciência.
Agora, posso resumir as principais distinções entre Homeopatia e Alopatia:
1º A Homeopatia utiliza remédios muito diluídos, e também dinamizados por meio de agitações vigorosas, o que lhes permite ações muito mais profundas nos seres vivos do que se esperaria usando apenas a matéria bruta como faz a Alopatia.
2º A Homeopatia trata o enfermo como um todo, da mente ao corpo, nesta seqüência. A Alopatia trata a doença isoladamente.
3º A Homeopatia demonstra, na prática, que o desaparecimento de uma doença pelo método alopático, ou por meio de remédios homeopáticos mal empregados, não significa cura, pois, quando usa o remédio homeopático melhor indicado, considerando todo o doente e não apenas uma parte dele, reaparecem sintomas e sinais brandos das doenças que antes haviam sido suprimidas e não curadas, em ordem inversa ao de seu surgimento, do mais recente para a mais antigo (Lei de Hering), até que a primeira dessas doenças seja finalmente debelada, quando, e só então, pode-se considerar o indivíduo curado.
4º Mesmo nos pacientes em que a Lei de Hering não se manifeste, há acentuada melhora de seu psiquismo e cura de muitas de suas enfermidades, desde que esteja sob a ação do remédio homeopático escolhido segundo o princípio da totalidade de sintomas, da mente ao corpo. A clínica alopática não considera o estado mental dos doentes para receitar remédios, focalizada que está apenas no corpo e suas disfunções. Os alopatas especializados nas doenças do cérebro (neurologistas e psiquiatras) atentam, sim, para o estado mental de seus pacientes, mas, ao considerarem a mente uma função do cérebro, incorrem no mesmo equívoco da alopatia geral, pretendendo curar as anormalidades mentais ou nervosas com remédios de ação local no neurônio e células correlatas. O resultado será sempre supressão, que alivia, reduz sofrimentos mas não oferece a cura real das enfermidades.
5º Toda supressão de sintomas representa um risco para a saúde futura dos enfermos, já que condiciona o surgimento de doenças mais sérias.
Termino este artigo lembrando o que falei no início do mesmo: Homeopatia e Alopatia são maneiras diferentes de se entender a Medicina, não apenas modos diversos de se tratar o enfermo. Todavia, ambas têm o mérito de salvar vidas, única missão do médico.